
De quem é isso?(...companheiro.)
O trecho (abreviado) abaixo foi retirado de:
a) um manifesto do Greenpeace
b) uma encíclica do Papa João XXIII
c) um texto psicografado de Chico Mendes
d) uma fala em documentário de Michel Moore
e) o discurso inaugural de Barack Obama
(resposta em http://www.homerotextos.
"...o sistema feudal e corporativo do velho mundo já não satisfazia o crescimento da demanda gerado pela abertura de novos mercados. A partir do final do século XV, o descobrimento dos novos mundos proporcionou ao mundo dos negócios novo alento. Mestres artesões que produziam em suas oficinas familiares integrados às suas corporações de ofício, passaram a trabalhar para um único empreendedor -negociantes ou banqueiros, interessados no aumento e barateamento da produção proporcionado pela divisão do trabalho dentro de grandes oficinas especializadas. Com o passar do tempo, novas máquinas e mecânicas revolucionaram a produção industrial, transformando modos e meios de produção e de comunicação. A manufatura artesanal cedeu lugar à grande indústria moderna que, por sua vez, alimentou os interesses por uma expansão cada vez maior do mercado mundial e do progresso político correspondente a estes interesses. A acumulação de riqueza foi se tornando, cada vez mais, o objetivo central das relações entre povos e pessoas. A condição essencial da existência e supremacia passou a ser, exclusivamente, a acumulação. Este universo de cálculo egoísta fez a piedade submergir, reduziu a dignidade pessoal a simples valor de troca e rasgou o véu da emoção e da sentimentalidade, reduzindo-o a mera relação monetária. E a busca pelo domínio das forças naturais, através do maquinismo, das aplicações da química, da canalização de rios… como por encanto, acabou assemelhando-se ao feiticeiro que não consegue dominar o ser demoníaco que evocou. A acumulação permanente de riqueza não pode ocorrer sem que, permanentemente, se revolucionem os instrumentos da produção e, portanto, as relações de produção e o conjunto das relações sociais. O aperfeiçoamento -incessante e sempre mais rápido- do maquinismo, torna a situação cada vez mais precária. O evolução permanente da produção, o abalo contínuo de todas as categorias sociais, a insegurança e a agitação distinguem os sistemas de acumulação. Crises comerciais aniquilam produtos já existentes e forças produtivas já criadas. Todas as relações, representações e concepções dissolvem-se. E as recém-constituídas corrompem-se. Antes de tomarem consistência, pressionado pela necessidade de mercados sempre mais extensos, o sistema tem que se imiscuir, instalar-se e criar relações em toda parte. Como conseqüência, inevitável, busca a centralização política. O espírito nacional torna-se, a cada dia, mais inviável e da soma das literaturas nacionais e regionais cria-se uma literatura mundial. Necessidades antes satisfeitas pelos produtos locais dão lugar à novas necessidades que exigem, para sua satisfação novos produtos de outros lugares, obrigando todas as nações, sob pena de arruinarem-se, a adotarem a dinâmica do sistema. E o sistema, tal como subordinou o campo e a cidade, torna dependentes dos complexos industrializados povos independentes. E múltiplos interesses, múltiplas leis, múltiplos governos e múltiplos sistemas diferentes, são reunidos em uma só nação, um só código, uma só lei, um só interesse, mediante controle cada vez maior da dispersão dos meios de produção, da propriedade e da população. Aglomerando a população, centraliza os meios de produção e concentra a propriedade em poucas mãos."
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