domingo, 24 de fevereiro de 2008

Guerreiros


Guerreiros

Todo pipoco, uma prece
Todo grito estremece, enlouquece
Trincheira da vida
Somos guerreiros, soldados
Somos o pavil
Somos o cão do fuzil
Metralhadora giratória nunca mais.
Agora somos a arma da vitória,
Kamikaze, homem bomba
Pronto pra te defender
Te proteger.
Somos anfíbil, aéreo
Sutil e destruidor
Somos o verbo
Mortal, aniquilador
Somos o verso,
O berço,
O começo
Temos o meio
Vamos até o fim.

DUVALO

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008



FAVELA


A Senzala fugiu da Casa-Grande,
ganhou as avenidas
e subiu nos morros.

Em suas ruas estreitas,
rostos suados e pernas bem-feitas...
Todos correm apressados.

Em cada casebre,
velhos rugosos e rostos imberbes
procuram, dia a dia, ganhar o pão e o chão.

Nem sol, nem chuva nem a lei da gravidade
abalam a firme estrutura desta pseudocidade.

Mil novos Quilombos se erguem aos tombos
na chamada civilização, com rios de asfalto
e palmeiras de plástico, sem cor nem umidade:
São Palmares de verdade !

A Senzala mudou de nome;
batizaram-na Favela que por nós vela,
do alto do morro.

Tornou-se Casa-Grande e todos nós, restantes
nos transformamos na Senzala da Cidade Grande.



Marcelo Lopes

FAVELAS


Eu...Eu não sei se conseguiria ficar longe de você,
logo você que me inspira,
que me enche de idéias,
você, que como uma mãe me acolheu,
na pior hora da minha vida,
sem saber para onde ir,
recorri a você, eu...
Eu que sem palavras não consigo te descrever,

que não só lembranças tenho e sim lições,
lições de vida que serão eternas,
e que eternas serão as lembranças que guardo comigo,
favela’s....

Vidaloka

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Minh’alma


Minh’alma

Se as lágrimas são palavras da alma,
Minh’alma nasceu muda ou será analfabeta?
Então faço de minhas palavras
Lágrimas para minh’alma,
Mas não simples palavras
E sim rimas simples da mais pura poesia declamada.
Então choro por você minh’alma
E não choro de criança mimada
Mas choro de criança revoltada,
angustiada, mal tratada.
Por isso choro,
Por você minh’alma.


DUVALO

Infância quase que perdida

Ontem fiquei de boa só olhando o movimento na rua aqui de casa. Rua sem saída passam poucos carros e algumas pessoas. Muita gente conhecida e muitas outras, nem tanto. O bairro cresceu muito, vieram muitas pessoas morar por aqui, normal na periferia, assim funciona o sistema, mantendo o povo pobre bem distante da elite burguesa. Mas, a Babilônia um dia cai, como o Cabano já disse “é o progresso do regresso ou o regresso do progresso”.
Fiquei atento com a molecada brincando, aí viajei, voltei uns quinze a vinte anos imaginando eu e meus irmãos aqui do bairro zoando o dia inteiro, ainda era rua de terra e sem calçada, vixi, viajei.
A criançada de hoje não sabe o que estão perdendo. Também a culpa não é delas. O consumismo acabou com a infância que conheci, de perna-de-pau, pião, bolinha de gude, pipas, e outras mil e uma brincadeiras.
Hoje os vídeo games de ultima geração e os computadores são as únicas alternativas.