
FAVELA
A Senzala fugiu da Casa-Grande,
ganhou as avenidas
e subiu nos morros.
ganhou as avenidas
e subiu nos morros.
Em suas ruas estreitas,
rostos suados e pernas bem-feitas...
Todos correm apressados.
rostos suados e pernas bem-feitas...
Todos correm apressados.
Em cada casebre,
velhos rugosos e rostos imberbes
procuram, dia a dia, ganhar o pão e o chão.
velhos rugosos e rostos imberbes
procuram, dia a dia, ganhar o pão e o chão.
Nem sol, nem chuva nem a lei da gravidade
abalam a firme estrutura desta pseudocidade.
abalam a firme estrutura desta pseudocidade.
Mil novos Quilombos se erguem aos tombos
na chamada civilização, com rios de asfalto
e palmeiras de plástico, sem cor nem umidade:
São Palmares de verdade !
na chamada civilização, com rios de asfalto
e palmeiras de plástico, sem cor nem umidade:
São Palmares de verdade !
A Senzala mudou de nome;
batizaram-na Favela que por nós vela,
do alto do morro.
batizaram-na Favela que por nós vela,
do alto do morro.
Tornou-se Casa-Grande e todos nós, restantes
nos transformamos na Senzala da Cidade Grande.
nos transformamos na Senzala da Cidade Grande.
Marcelo Lopes
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